Esta colectânea de contos infantis contém seis histórias: O sapo envergonhado, que dá o título à obra; - O galo que desejava correr mundo; - A bruxa e o caldeirão; - A vendedora de cebolas; - A princesa feia; - e O príncipe do Reino Estranho. São histórias baseadas nas personagens dos contos tradicionais, onde fadas, bruxas, reis, príncipes, princesas e animais se encontram em mil e uma trapalhadas que fazem as delícias das crianças. A primeira começa assim:
«Era uma vez um sapo que vivia no seu charco feliz e despreocupado. Tinha o seu nenúfar particular, onde se postava a apanhar banhos de sol e a comer moscas que distraidamente violavam o seu espaço aéreo. Uma vez por outra, partilhava o nenúfar com uma fêmea do charco. Coaxava a tarde toda para ela e oferecia-lhe as moscas varejeiras mais suculentas que conseguia caçar. A fêmea ficava encantada e agradecia-lhe com um piscar de olhos e um coaxar lento e sedutor. Era uma bela vida. Mas um dia a paz terminou».
Genre: JUVENILE FICTION / Fairy Tales & Folklore / GeneralO livro, com histórias para crianças, foi recomendado pelo Plano Nacional de Leitura (Portugal).
Uma das histórias, "A Bruxa e o Caldeirão", recomendada pelo Ministério da Cultura do Brasil, é uma das mais lidas e conhecidas no Brasil.
O livro tem ilustrações de Susana Lima, uma das mais importantes ilustradoras portuguesas.
Era uma vez um sapo que vivia no seu charco feliz e despreocupado. Tinha o seu nenúfar particular, onde se postava a apanhar banhos de Sol e a comer moscas que distraidamente violavam o seu espaço aéreo. Uma vez por outra, partilhava o nenúfar com uma fêmea. Coaxava a tarde toda para ela e oferecia-lhe as moscas varejeiras mais suculentas que conseguia caçar. A fêmea ficava encantada e agradecia-lhe com um piscar de olhos e um coaxar lento e sedutor. Era uma bela vida.
Mas um dia a paz terminou.
Perto do charco, vivia uma menina que se chamava Clarinda. A madrasta fazia-lhe a vida negra. Quando o pai, que era carvoeiro, saía para o monte a fazer carvão, a madrasta obrigava-a a trabalhar arduamente. Era ela que cozinhava, arrumava a casa, dava de comer aos animais e cavava a horta. Passava o dia a trabalhar enquanto a madrasta se sentava à lareira a fazer meia.
O pior nem era o trabalho, que esse, que se saiba, nunca matou ninguém. Era antes a forma como a madrasta a tratava. Passava o dia a chamar por ela para que lhe fosse buscar isto e aquilo, estava sempre a dizer que a menina era uma desleixada e uma preguiçosa e que não servia para nada. Chegava mesmo a bater-lhe com um mata-moscas que costumava ter ao pé.
A Clarinda andava desgostosa e o pai, quando chegava a casa e a via assim, perguntava-lhe que tinha. Mas ela, que era boa, não queria dizer mal da madrasta e por isso encolhia os ombros e ficava silenciosa a arrumar a loiça do jantar.
– O que tu tens de arranjar é um príncipe – dizia-lhe o pai. – Tiravas-nos a todos da miséria em que vivemos e tornavas-te numa princesa. E, quem sabe, até poderias vir a ser rainha.
A madrasta ria-se e dizia:
– Ela rainha? Há de ser rainha quando eu for imperadora.
Language | Status |
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English
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Already translated.
Translated by Lesley Sogl
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Author review: Excelente tradutora. |
Italian
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Already translated.
Translated by Michela Ghislieri
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Author review: Excelente tradutora. |
Spanish
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