Um jovem solitário, desempregado, retorna a sua cidade natal para tentar recomeçar a vida. Porém, tão logo chega, uma brincadeira de mau gosto provoca um acidente que o deixa no limiar da morte. Terá ele razões para lutar pela vida?
Genre: FICTION / Romance / GeneralRecentemente publicado em ebook pela Amazon
Metade das coisas que o pai falava José não entendia, mas guardou na memória. O cartucho de pólvora ele viu o pai fazendo. Ele preparava um tubo de papelão com mais ou menos um palmo de comprimento, uma polegada de diâmetro, fechado no fundo. Enchia com pólvora negra, colocava um pavio comprido o suficiente para ficar fora do buraco da mina. A mina em si era furada com longos escopros de uma polegada de diâmetro. Dois homens passavam um dia ou dois nesta tarefa. Enquanto um segurava o escopro, outro ia dando marretadas, até atingir a profundidade desejada. Depois de feita a mina, um escopro especial fazia dois riscos internos no furo, na direção do corte. Então o cartucho de pólvora era colocado bem no fundo, e o furo era preenchido com o barro de cupim, que tinha que ser bem socado, senão a explosão escapava pelo buraco e não rachava a pedra.
— Depois, filho, que a pedra está dividida em duas, a gente corta cada banda paralelo ao primeiro corte. Esse é chamado de 'segunda', porque também é fácil de rachar nesse sentido. O corte atravessado é o 'trincante', porque se não riscar direitinho e fizer muitos buracos de pixote, o corte entorta e mata o trabalho.
E ia desfilando as explicações para o filho, que na época mal tinha completado cinco anos. O pai acreditava que de tanto martelar ensinamentos, José acabaria aprendendo a ser um canteiro, que era o nome de sua profissão. A cantaria era uma arte bastante comum naquela região e naquela época.
Language | Status |
---|---|
English
|
Already translated.
Translated by Bruno Figueiredo
|
Spanish
|
Already translated.
Translated by Jesus Ocando
|