Obra com menção honrosa no prêmio 2018 da Aberst (Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror).
Após um traumático incidente, Enzo Rocha prometeu a si mesmo que jamais voltaria a trabalhar como investigador particular. Porém, desempregado, sem dinheiro para pagar o tratamento de câncer da mãe e as despesas com o filho recém-nascido, ele aceita investigar o homicídio de um poderoso empresário carioca, morto na madrugada do Natal. O caso o leva de volta ao ambiente da elite na qual cresceu, mas hoje despreza, e ao trabalho que é sua vocação, mas que lhe traz as piores recordações.
Acompanhe o investigador Enzo Rocha neste suspense policial em português, ambientado no Rio de Janeiro.
Enzo Rocha tentava prestar atenção enquanto Ricardo lhe contava como ocorrera o assassinato do pai, Heitor Pinheiro. Enzo sabia onde a conversa terminaria e já estava pronto para dizer “não”. Afinal, prometera a si mesmo — e à Amanda — jamais trabalhar de novo como investigador particular.
Sentavam-se a uma mesa escandinava de madeira de lei escura. Ao redor, paredes cobertas por cortinas de linho branco. No teto, lustres de Murano dourados. Nas mesas, murmurinhos e sons de talheres. Circulando pelo salão, garçons de blusas brancas, calças pretas e sapatos envernizados.
O relato de Ricardo acrescentou detalhes ao que Enzo já sabia pela internet. Há cerca de um mês, na manhã do feriado de Natal, a doméstica encontrara o cadáver de Heitor. Com a jugular cortada, o corpo do homem de setenta anos jazia sentado em uma poltrona, na biblioteca da
mansão em que morava, na Gávea, bairro do Rio de Janeiro. Há cinco dias a polícia havia detido, em prisão preventiva, a ex-esposa de Heitor, Valentina — mãe de Ricardo e principal suspeita. O inquérito estava prestes a terminar e, caso a investigação concluísse pela culpa de Valentina, o promotor ingressaria com ação penal. Se condenada, a mulher pegaria até vinte anos de prisão.
Enzo se lembrava de Valentina: loura, olhos verdes, magra. Embora houvesse domésticas na mansão, ela própria fazia questão de preparar os lanches quando, criança, ele aparecia na casa da família Pinheiro para brincar com Ricardo — e mais tarde, já adolescente, para jogar videogame e futebol, ou nadar na piscina. Quantos anos ela teria hoje?, perguntava-se.
Sessenta, talvez um pouco mais.
Language | Status |
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English
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Translation in progress.
Translated by Vanessa Danielle Diniz da Silva
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Spanish
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Already translated.
Translated by Sebastián Rodolfo Peña
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Author review: Good and fast work! |