Assim que Ania Daér é convidada para ser a protagonista de uma peça musical do outrora prestigiado Grand Theatre Sorciér, a bailarina embarca em uma jornada ao passado do teatro e de seus bastidores. Na busca por respostas aos mistérios que envolvem aquela produção, Ania aprende, da pior maneira, o significado de entregar a alma a um personagem.
Com a arte presente em cada diálogo, personagens excêntricos, e o cuidado com a ambientação da narrativa, a autora consegue transpor as barreiras da literatura, trazendo ao público leitor a emoção que outras grandes artes como a dança e o teatro causam no espectador, invocando a sensação de que ele não só lê à história, mas também a assiste de perto, como na primeira fileira de um teatro.
Uma narrativa onde o sombrio é envolto pela mágica história de uma peça, pelo encanto de músicas que ajudam a contá-la, e pela sensibilidade de diálogos encenados por verdadeiros artistas.
Sinopse:
O Grand Theatre Sorciér, um lugar outrora inflado pela glória, sucumbe ao completo abandono. Pelo menos é o que pensam os que não sabem. Um terrível episódio na estréia de sua principal produção o fez fechar as portas e guardar com ele, seus próprios segredos. Mas certos acontecimentos não podem ser mascarados por figurinos deslumbrantes e camadas de maquiagem. Não por tanto tempo.
O teatro permaneceu, por muitos anos, sustentado pelas quimeras de um único homem, mas o reino de utopias criado por Geneviéve é ameaçado, ironicamente, com a chegada daquela que ele esperou por tanto tempo, Ania Daér. Logo ela, a luz.
Em um lugar preso à um tempo que não voltará, sob o comando de um excêntrico diretor e na companhia de pessoas que parecem saídas de um livro, a bailarina é escolhida para ser a protagonista de uma peça que causa arrepios cada vez que é mencionada, sobretudo naqueles que sabem o que ela significou para a história do teatro Sorciér. Ania Daér precisará conhecer cada detalhe dos bastidores, em uma intrigante jornada ao passado, para que o seu final não seja como o da antiga protagonista daquela história, Fatine.
Com um desfecho artisticamente dramático, o Grand Finale encerra, de uma vez por todas, a sublime história de Fatine.
Genre: FICTION / GeneralPublicado de maneira totalmente independente, Fatine alcançou em seu primeiro ano de publicação mais de 2.000 cópias vendidas, entre livros físicos e ebooks, chegando a ocupar a página de Best-Seller Amazon, como o ebook mais baixado na categoria suspense e mistério em Maio de 2019.
Ania sentia-se pequena diante da suntuosa construção. Abaixo do nome, lia-se o ano em que o teatro fora inaugurado. 1890, o momento em que as artes, o cinema, a beleza e a tecnologia tomavam conta de toda a Europa. La Belle Époque, como ficou conhecida.
Era notável. A arquitetura do Grand Theatre Sorciér carregava fortes influencias da época. Uma escada em mármore branco levava até a entrada principal, onde duas grandes colunas de pedra entalhada, ricamente ornamentadas, antecediam a pesada porta de madeira e vidro. As grades que protegiam as enormes janelas também carregavam minuciosos detalhes. Esculpidas em ferro, formas orgânicas lembravam a figura de bailarinas e pareciam ter sido feitas especialmente para aquele lugar. Tudo era grande, luxuoso, exageradamente decorado e, mesmo destruído pelo tempo, podia-se observar claramente o prestigio que aquele lugar tivera em um passado não muito distante.
O piso de mármore estava sujo e coberto por folhas secas, como se ninguém passasse por lá há anos. Ania questionou-se por um momento se Megan estaria certa e sua ida até aquele lugar teria sido loucura, mas era tarde para arrependimentos. Ela aproximou-se da porta e bateu três vezes. A porta continuou fechada. A garota andava em direção a janela para tentar enxergar alguma coisa do lado de dentro, quando outra pequena porta lateral no fim da extensa varanda abalaustrada que antecedia o teatro abriu-se, e de lá saiu um homem que Ania achava já ter visto em algum lugar. O homem do portão!, lembrou-se.