Num mundo unido a outro através de uma fenda conhecida como Oceano Abissal, Holmes, um metamorfo que trabalha como detetive-consultor, e seu fiel amigo Charles Watson investigam as ações de um criminoso peculiar, o Ladrão de Faces Alheias, que se apossa dos rostos de suas vítimas para executar algum plano perverso.
Num jogo de aparências e pistas falsas, a dupla se envolverá numa trama que poderá desencadear uma guerra civil entre vampiros e lobisomens, além de trazer à tona os segredos mais obscuros guardados por uma estimada sociedade de alquimistas. Mas, conforme avançam no caso, descobrem que nem tudo pode ser como acreditavam ser.
“As Máscaras de Holmes” é uma releitura do personagem clássico Sherlock Holmes, criado por Arthur Conan Doyle, inserida numa história de fantasia urbana numa realidade alternativa.
Vendas boas, de acordo com a categoria, e recepção positiva de quem leu.
Holmes acendeu o cachimbo de forma teatral, com grande cinismo e dissimulação, enquanto encarava o nosso convidado que, de maneira assustada, observava o metamorfo alternar sua aparência conforme dava longas e ensaiadas baforadas. O homem branco e magro e de horríveis costeletas pouco sabia sobre o método duvidoso de meu colega para avaliar pessoas — mas para mim era algo já monótono e patético, ainda que sempre surtisse o efeito esperado: analisar quem estava sob o olhar sereno do detetive, que apenas aceitava um caso após testar os nervos e algo mais de seus prováveis clientes. Quando se cansou daquele jogo, Holmes pôs o objeto de lado, sobre a mesa, próximo de uma xícara pela metade de chá de hortelã misturado na vodca, e encarou o pobre coitado.
— O senhor crê mesmo nesse monte imenso de estrume que acabou de proferir?
A pergunta foi desconcertante.
Apressei a me levantar da cadeira e criticar meu colega de apartamento e trabalho pela indelicadeza, afinal estávamos há meses sem um caso decente, sobretudo porque Holmes, num ato de desaforo à sociedade londriana, adotou a aparência de um dos marinheiros negros que comumente andam pelos portos e causam desconfortos em homens e mulheres criados em famílias que antes, direta ou indiretamente, beneficiavam-se da escravidão recentemente abolida em quase todo lado de cá do mundo. Mas o próprio homem desacreditado fez menção para eu não me alardear; ele arfou pesadamente e confirmou cada palavra dita anteriormente.
— Entendo que o mundo tenha mudado, e eu sou prova disso, mas há limites até nessas mudanças, meu caro — disse o detetive, pegando a xícara e sorvendo lentamente um pouco da mistura.
Language | Status |
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English
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Already translated.
Translated by José Esteves
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Spanish
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Already translated.
Translated by Natalia Trujillo
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Author review: Excelente trabalho de tradução. Recomendo sem medo de errar. |