Poucas são as pessoas que nos falam toda a verdade e, não raro, ao omitirem parte dela, colocam-nos em sérios apuros, nos quais entramos de forma ingênua para sofrer suas consequências, muitas vezes irreversíveis e definitivas, transformando completamente nossas vidas.
Patrick, 44 anos, é proprietário de uma rede de restaurantes em uma cidade do interior do Rio Grande do Sul, mas vê seu empreendimento ir à ruína devido à pandemia do coronavírus.
Desesperado – ao perceber que suas dívidas são impagáveis – é levado por um amigo a utilizar seu avião particular para realizar uma missão, a princípio, muito simples: buscar determinada carga que se encontrava próxima a uma pequena cidade do Uruguai.
Ao descobrir que, na verdade, o conteúdo da carga não era exatamente aquilo que seu amigo havia lhe informado, vê-se, de súbito, envolvido com o crime organizado e passa a ser implacavelmente perseguido, tanto pela polícia quanto pela quadrilha do traficante.
Assustado, refugia-se entre as inóspitas dunas próximas ao Farol da Solidão, junto à estreita faixa litorânea espremida entre a Lagoa dos Patos e o oceano Atlântico, mas não antes de esconder, sob as areias de uma praia desabitada, a carga que trazia a bordo, avaliada em quatorze milhões de dólares.
Lutando para não cair nas mãos de seus algozes, o piloto conhece Alcides, um velho e humilde pescador, e seu neto, Dener, o menino-gênio, que o ajudam a enfrentar a morte para vingar-se do amigo que o enganou.
Patrick deixou instruções codificadas para encontrar o tesouro enterrado. Seria você – caro leitor, cara leitora – uma alma inteligente ou detentora de forte intuição capaz de decifrá-las?
Lanço-lhe, pois, o desafio!
only on Amazon.com and Google Play Books
Fazenda Saint Patrick,
Litoral do Rio Grande do Sul - Brasil.
Segunda-Feira, 24 de Agosto de 2026, 06h29min.
ENSIMESMADO, ALCIDES embalava debilmente o peso de seus 84 anos na cadeira de balanço, postada junto ao espaçoso avarandado da casa-sede da fazenda. A pele da testa, assim como a das extremidades dos olhos, escurecida pelos sucessivos anos em que a expôs ao contínuo castigo do sol enquanto pescador, vincava-se de profundos sulcos, fazendo parecer seu rosto feito de lenho envelhecido.
Seus pensamentos vagavam fugidios, ecoando pela mente em idênticas particularidades do seu modo de falar: calmo, ponderado, composto de palavras proferidas por meio de uma voz grave e arrastada.
Fazia frio na região litorânea do Rio Grande do Sul.
O velho sorveu um gole de chimarrão, mantendo o olhar disperso no chuvisco gelado que se despenhava desde o céu cinzento, encrespando a superfície calma da Lagoa dos Patos, em cujas margens algumas ovelhas da raça Lincoln pastavam despreocupadas.
Trajando roupas de inverno e envolto em um pala de lã – presente dado pelo homem que, vindo do céu, refugiou-se em meio às dunas próximas ao Farol da Solidão, seis anos antes – mantinha o chapéu do tipo Campeiro sobre a cabeça, remediando-lhe a falta de cabelos que os anos lograram impor.
“Seis anos”, pensou. “Seis anos se passaram desde que um ‘Anjo’ despencou do firmamento tão somente, dois dias depois, para lá retornar”. Soubera de seu fim através dos noticiários.
Language | Status |
---|---|
Chinese
|
Unavailable for translation.
|
English
|
Already translated.
Translated by Robert Anderson
|
|
Author review: Robert E. Anderson is a great professional! Thanks and congratulations, Mr. Anderson! |
French
|
Unavailable for translation.
|
German
|
Unavailable for translation.
|
Spanish
|
Unavailable for translation.
|
Turkish
|
Unavailable for translation.
|