Carl “Kalle” Nebuloni lost his parents and a sister in a tragic road accident. In Lisbon, where he lives, he divides his time between caring for his niece, sole survivor of the crash. But had this really been an accident?
The discovery of new and disturbing evidence forces Kalle to confront the possibility that the death of almost his entire family may not have been the result of misfortune.
What reason may there lay behind their deaths? Who would want to have them killed?
Were their deaths related to other tragic events that, half world away, cause the death of a group of researchers pursuing rumours of kidnappings and illegal adoptions of children? And, are these really illegal adoptions or is there something else going on, something much sinister and even more terrifying?
Kalle will have to face his own fear of uncovering the truth to investigate on his own the enigma no authority seems interested in solving.
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Carl “Kalle” Nebuloni perdeu os pais e uma irmã num trágico acidente de viação. Em Lisboa, onde vive, divide-se entre o emprego e o tomar conta da sobrinha, única sobrevivente do acidente. Mas terá sido mesmo um acidente?
Com a descoberta de novos e perturbantes indícios, Kalle vê-se subitamente forçado a confrontar a possibilidade de a morte de quase toda a sua família não ter sido obra de um malfadado acaso.
Que razão poderá estar por detrás do seu desaparecimento? Quem quereria fazê-los desaparecer? Estará esse desaparecimento relacionado com outros trágicos acontecimentos que, à distância de meio mundo, causam a morte a um grupo de investigadores interessados numa história de rapto e adopção ilegal de crianças? E tratar-se-á apenas de raptos e adopções ilegais de crianças, ou passar-se-á algo de mais sinistro e muito mais horrendo?
Kalle terá de enfrentar o seu medo de descobrir a verdade e investigar por conta própria o enigma que nenhuma autoridade parece interessada em resolver.
Genre: FICTION / Action & Adventure
UM: Segunda, cinco da manhã. Acordo sem sono e saio da cama com cuidado para não despertar a Becca que dorme profundamente a meu lado. Pobrezita, é bom que descanse, não teve uma noite calma, os pesadelos continuam a causar-lhe tormentos. Saio do quarto que era dos meus pais em direcção à cozinha, onde espremo um sumo de laranja, e depois sigo para a varanda da frente. Troco o algodão do pijama pelo turco do fato de treino e os chinelos pelos ténis e subo para o Nordtrack, ponho os auscultadores na Best e começo os quarenta minutos do costume. Consigo fazer bom tempo e manter um esforço constante ao som de uma mistura de U2, Smashings, Offspring, Texas, anúncios q.b. e uma ou outra piada de conserva dos animadores de serviço nocturno. Ainda está escuro como breu, o dia não vai clarear até perto das sete e meia, e o panorama em frente dos vidros da varanda não é exactamente animador. Chove que se farta, um daqueles aguaceiros pelos quais Lisboa é justamente infame, que parecem cair lateralmente e que nos deixam ensopados até às cuecas em questão de segundos. O trânsito na Segunda Circular ainda está fraco, os engarrafamentos nesta zona começam invariavelmente depois do quarto para as oito. É espantoso como toda a gente parece chegar ao mesmo tempo quase todos os dias, uns minutos antes e tudo corre bem, mas daquela hora em diante já só se avança a passo de caracol. E hoje então vai ser bonito, se esta chuvada continuar; agora até relâmpagos se vêem, e com o trovão a ribombar tão de seguida a borrasca deve estar mesmo por cima de nós. Espero que todo este trovejar não acorde a miúda, a ver se dorme pelo menos até eu estar pronto, para compensar a noite mal passada. (...)
