Já fazia um bom tempo que Cole levava uma vida de reclusão, um tanto paranoica. Para ele, a humanidade jamais iria despertar para a empatia e para a solidariedade e, por este motivo, decidira se afastar da “vida normal” e se isolar no que chamava de “minha distopia”. Suas únicas companhias eram as [vozes] que costumava ouvir e que o perturbavam. Sentia-se constantemente vigiado. Até que um dia…
Transitando entre a loucura e a desesperança; o negacionismo e a realidade; a política e a fé, “O mundo que habito e o visitante inesperado” levanta a discussão de que a forma como as conquistas materiais muitas vezes são colocadas como prioridade ao invés de se valorizar a simplicidade do viver em si, talvez esteja muito longe de ser considerada uma vida “normal”.
Com referências às distopias “A revolução dos bichos” e “1984”, de George Orwell, a história mostra que, apesar da nossa eterna busca por um mundo melhor, haverá sempre o contraponto entre o bem e o mal; a solidariedade e a ganância. Ainda assim, desistir nunca será a melhor opção. A inércia apática fortalece ainda mais os que desejam manter o status quo de uma sociedade onde apenas uma minoria pode se dar ao luxo de desfrutar da usurpação alheia.
Reforça também a importância que a educação e as artes têm na formação de uma sociedade mais justa. Tratadas por muitos como atividades supérfluas ou até mesmo subversivas, elas nos dão o conhecimento necessário para que possamos enxergar as mentiras que nos tentam fazer acreditar como sendo verdades inquestionáveis.
Genre: FICTION / GeneralEste livro é um lançamento, portanto, ainda não tenho números de venda. Tenho 12 títulos além deste.
- - -
This is a new book, so I don't have number of copies sold yet. I have 12 titles besides this one.
— Eu “ouço” pessoas mortas! — E cai na gargalhada. — Não tenha medo, são amigos. Eram pessoas do bem, se preocupavam com o próximo. Infelizmente deixaram de respirar por conta do vírus. Uma a uma, foram se aproximando da minha porta, assim como você. E eu nem precisei abrir, foram entrando pelas paredes. Agora vivem comigo, me fazem companhia.
Mudando o semblante para um misto de preocupação e raiva, prossegue:
— Mas as vozes que realmente me assustam são as que estão lá fora. Tão vivos quanto nós mas... pobres almas perdidas, acreditam em mentiras.
Cristóvão se levanta e, enquanto caminha observando o ambiente, explica o motivo da visita:
— Eu já tinha batido em outras casas mas poucos me deixaram entrar. Também não quis me demorar na maioria delas. Durante o isolamento eu vi tanta gente falando em solidariedade, empatia, respeito... Comentavam indignadas sobre a desigualdade social. Descobriram que existem pobres, lixeiros, enfermeiros... Descobriram a importância que esses profissionais têm na sociedade. Passaram a louvá-los, não sei se por compaixão ou conveniência. Mas isso durou pouco. Vieram as vacinas e a vida voltou ao “normal”. As pessoas voltaram a trabalhar, cumprir metas, produzir, consumir, saciar seus desejos, buscar raros instantes de felicidade em meio à correria da vida. Aos poucos, voltaram a ocupar seus respectivos lugares nessa grande engrenagem que mais parece um moedor, desses que você coloca cana de um lado e sai o caldo do outro.
Cole faz cara de nojo:
— Aurgh! Não tomo garapa! Tenho a impressão de que vem mosca espremida junto com o suco!
Language | Status |
---|---|
English
|
Already translated.
Translated by KIRSTY E PIERCE
|
|
Author review: Profissional atencioso e competente. Cumpre os prazos, além de entender e aceitar os questionamentos e as alterações do autor. Obrigado pela parceria! |
Spanish
|
Already translated.
Translated by Jorge López
|
|
Author review: Rápido e atencioso. Não tive problemas. |