Adelaide e Anderson eram um casal dos sonhos, até que, com seis anos de casados, chegaram à crise dos sete.
Para não perderem um ao outro, posto que ainda se amavam, decidiram aderir ao casamento aberto, o que salvou o relacionamento. Mas tudo fica prestes a desmoronar quando seus respectivos amantes anunciam que vão se casar.
Agora marido e mulher precisam de um plano infalível para impedir o matrimônio que pode decretar o fim de seu próprio casamento.
Acordei com o corpo um pouco dolorido. Estávamos no sofá, abraçados, meio contorcidos e sem jeito, e completamente nus. Com os primeiros raios de sol que passavam tímidos pela janela, vieram as lembranças da noite passada, e o meu humor estava incrivelmente ótimo. Supimpa!, como diria meu esposo. Fui para a cozinha e preparei um café da manhã especial. Muitas frutas, iogurte, cereais; nada de salada hoje, estava muito bem.
Voltei para a sala com uma grande bandeja nas mãos; Anderson começava a acordar. Antes de dizer qualquer coisa, ele se levantou e olhou meu corpo de cima a baixo. Quase fiquei encabulada, fazia tempo que não tínhamos aquela liberdade; não me lembrava da última vez que andei nua pela casa. Olhei bem para ele, vendo o corpo que há algumas horas fazia parte do meu.
Com Emílio o sexo era fabuloso, ainda que em alguns encontros — mais da metade deles, eu diria — apenas conversássemos; quando o dia era de sexo, era incomparável. Aquele homem tinha um vigor físico invejável, além de um corpo esculpido provavelmente por um anjo bem safado. Mas o que tivemos ontem, Anderson e eu, fora algo sublime. Não que tenha sido morno, pelo contrário, me deixou com marcas roxas nas coxas e o couro cabeludo doído. Mas foi mais que isso, algo quase sagrado. Acho que foi o melhor sexo dos últimos cinco anos.
— Bom dia, amor — aproximei-me e beijei sua boca, ignorando o hálito matinal.
— Bom dia — respondeu ele, sorrindo como um bobão.
Language | Status |
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